Existem diversas condições ortopédicas que resultam em encurtamento de um ou ambos os membros inferiores ou superiores.
As patologias podem ser congênitas, onde o encurtamento é evidente logo ao nascimento da criança ou, podem ser adquiridas, como as sequelas de infecções ou lesões traumáticas nas regiões de crescimento ósseo.
Dentre as patologias congênitas, as mais comuns são:
Hemimelia fibular ou displasia longitudinal da fibula:
Normalmente, a perna é formada pela tíbia e fibula.
A fíbula é o osso mais lateral na perna.
Na hemimelia fibular há uma ausência completa ou parcial deste osso mas, pode ocorrer também apenas a diminuição do seu tamanho.
Além do evidente encurtamento, deformidades associadas no tornozelo e pé são bastante frequentes.
Femur curto congênito ou displasia longitudinal congênita femoral:
Nesta patologia, há diversos graus de encurtamento femoral, algumas vezes associados a anormalidades no quadril, joelho e pé.
O encurtamento do membro inferior é visto logo ao nascimento, podendo inclusive ter também hemimelia fibular associado.
Hemimelia tibial:
Esssa deformidade é menos comum.
Há ausência parcial ou completa da tibia, sendo manifestado por grave encurtamento do membro inferior e deformidades associadas em joelho é pé do lado curto.
Hemihipertrofia congênita:
Trata-se de uma patologia em que a circunferência do membro inferior é aumentada bem como o comprimento.
Geralmente, não há deformidades associadas nas articulações.
O que chama a atenção é a circunferência da coxa e perna e o maiores do que o lado contra-lateral e o tamanho do pé, que também é maior.
A diferença de comprimento vai ficando evidente com o crescimento da criança.
Dentre as patologias adquiridas, as mais comuns são:
- Sequelas infecciosas osteoarticulares, ou seja, sequelas de osteomielite ou artrite séptica em que as regiões de crescimento do osso foram acometidas.
- Lesões tumorais benignas ou pseudotumorais que, localizam-se próximo das regiões de crescimento ósseo levando a inibição do crescimento deste segmento.
- Sequelas de fraturas que provocaram lesão na região do crescimento ósseo.
A avaliação médica:
Encontramos uma criança ou adolescente com um evidente encurtamento do membro inferior, que pode ser principalmente as custas do femur (osso da coxa) ou da tíbia (osso da perna) ou, até mesmo, as custas dos dois segmentos.
Deformidade angular assimétrica, ou seja, o membro inferior além de curto esta desviado para dentro (geno valgo) ou patra fora (geno varo)
Nos casos congênitos, vemos crianças recém-nascidas com os mais variados graus de encurtamento e deformidades em quadril, joelho e pé do lado curto, que merecem consideração no planejamento operatório.
O movimento e a estabilidade ligamentar das articulações ao redor do segmento curto, também devem ser examinadas na consulta ortopédica.
O tratamento:
Existem diversas formas de tratar o encurtamento do membo inferior (compensação no solado do calçado, inibição do crescimento do membro inferior maior, prótese de extensão, encurtamento do lado maior e alongamento ósseo)
O alongamento ósseo:
Não são todos os encurtamentos que tem indicação de alogamento ósseo.
Alguns pré-requisitos precisam ser preenchidos para a indicação.
Precisamos que:
- A diferença de comprimento estimada, na maturidade esquelética, seja maior ou igual a 5cm.
Para isso existe o metodo multiplicador de Paley, uasado para o cálculo da previsão final do encurtamento.
- As articulações acima e abaixo do osso a ser alongado precisam estar estáveis, antes do alongamento ser realizado.
- Caso ocorra instabilidade, essas precisam ser corrigidas inicialmente.
- Bom entendimento dos familiares sobre o manuseio do aparelho, tempo de tratamento e cuidados pós-operatórios. Para isso fazemos diversas orientações nas avaliações pré-operatórias.
A cirurgia:
O alongamento ósseo é um procediemnto feito com um aparelho chamado de fixador externo, por fora do segmento a ser alongado, preso ao osso atraves de pinos.
A cirurgia permite correção de deformidades através de um corte no osso, chamado de osteotomia, além de permitir o crescimento do osso.
No período pós-operatório ensinamos o manuseio do aparelho, a intervalos regulares, de forma que, o crescimento ósseo ocorra na velocidade de 1mm/dia, até atingir o valor programado.
O paciente pode caminhar com auxílio de muletas e fazer reabilitação fisioterápica para mobilizar as articulações.
Uma vez alcançado o crescimento desejado, o aparelho permanece estático para que a consolidação do novo osso formado ocorra.
Estando consolidado e com novo osso sem falhas, fazemos a programação para a retirada do aparelho.
O tempo de tratamento é longo, necessitando de higiene frequente dos pinos para garantir uma boa evolução.
O acompanhamento é feito nas consultas periódicas com avaliação clínica e radiológica.
Um abraço a todos,
Dr. Maurício Rangel
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