O antebraço é formado por dois ossos chamados de rádio (osso do antebraço localizado na mesma direção do polegar) e ulna (osso do antebraço localizado na mesma direção do quinto dedo).
O formato dos ossos permite que o punho e a mão fiquem posicionados de forma retilínea.
O que é a mão torta radial?
Trata-se de uma deformidade congênita chamada de defeito longitudinal do rádio, em que há uma diminuição do tamanho do osso podendo ocorrer, até mesmo, a ausência parcial ou completa do rádio.
Isto confere um aspecto clínico característico da mão e punho de variados graus, como o exemplo ilustrado abaixo.
Clinicamente observamos, já ao nascimento da criança, um desvio radial da mão associado a proeminência da ulna e polegar hipoplásico ou ausente.
Os músculos da região tenar da mão são hipoplásicos e o polegar pode ser rudimentar e com diminuição dos movimentos.
Corresponde a 4 a 5% das malformações do membro superior das crianças.
A causa é desconhecida.
50% dos casos são bilaterais
Quando unilateral, o lado direito é o mais acometido.
Existe associação com outras malformações congênitas que podem ser vertebrais, cardíacas, renais e até mesmo distúrbios sanguíneos ( anemia ou distúrbios da coagulação com diminuição do número plaquetas).
Existem 4 tipos de mão torta radial:
O tipo 1:
O rádio é curto na extremidade distal (próximo ao punho) - O desvio da mão é leve e o polegar é hipoplásico.
O tipo 2:
O rádio é hipoplasico - A velocidade de crescimento longitudinal do rádio é menor.
O tipo 3:
Ausência parcial do rádio, geralmente na sua extremidade distal.
O tipo 4:
Ausência completa do rádio. Existem um grande desvio do posicionamento da mão. Este é o tipo mais comum.
O tratamento:
Existem diversas possibilidades, dependendo do tipo de deformidade e da fução do polegar.
O tipo 1 geralmente exige uso de órtese para posicionamento do punho e mão, sendo os procedimentos cirúrgicos direcionados para a melhora funcional do polegar, quando há hipoplasia com diminuição da função ou, até mesmo quando há ausência do polegar, onde os procedimentos cirúrgicos visam a transferência de um dos dedos para o lugar do polegar (policização)
Os tipos 3 e 4 são os que exigem cirurgia para a correção da deformidade.
Nestes tipos, o tratamento geralmente inicia com manipulações seguidas de imobilizações gessadas visando o alongamento de partes moles encurtadas, seguido do uso de órtese para manter as partes moles bem alongadas, permitindo a realização da correção cirúrgica no momento adequado.
O principal procedimento cirúrgico recomendado é a centralização da ulna (trata-se de um procedimento cirúrgico de grande porte que visa melhora da aparência, função, mantendo o crescimento do antebraço).
Um abraço a todos,
Dr. Maurício Rangel
Consultório: Tel. (21) 3264-2232/ (21) 3264-2239.
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