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sábado, 3 de novembro de 2012

Dor no quadril dos adolescentes. Conheça a causa.



Epifisiólise:




É a patologia ortopédica mais comum do quadril do adolescente.

Trata-se de um enfraquecimento da região de crescimento do femur proximal, localizado no quadril, caracterizando-se por um deslizamento progressivo da cabeça femoral.

A anatomia do quadril fica modificada, com a doença, predispondo a destruição progressiva articular e o surgimento de osteoartrose precoce.

A causa é desconhecida mas, pode estar associado a doenças endócrinas (hipotireoidismo, terapia com hormônio do crescimento, para tratamento de baixa estatura), doenças renais ou radioterapia.

A maioria das crianças acometidas pela patologia são obesas ou com sobrepeso.




Pode acometer também aquelas com biotipo magro e longilíneo.

A faixa etária mais acometida varia entre 12 e 13 anos, podendo ser mais cedo nos casos de patologias endócrinas associadas.

É mais comum em meninos.

Pode ser acometer um ou os dois quadris.

Os casos tratados com patologia unilateral, devem ter o acompanhamento do outro quadril pois, existe a possibilidade de surgimento da patologia, até 18 meses após o diagnóstico.


As manifestações clínicas:




- Dor no membro inferior, podendo localiza-se na virilha, quadril, coxa ou ser referida no joelho.




É muito importante analisar sempre o quadril de adolescentes que reclamam de dor no joelho, alguma vezes, a patologia responsável localiza-se no quadril.

- Dificuldade para caminhar, geralmente, as crianças caminham mancando;

- Limitação dos movimentos, principalmente a rotação interna;

Quando realizado exame fisico da mobilidade articular, o que chama atenção é a dor com a flexao do quadril, acentuada com as tentativas de rotação interna;

Frequentemente encontramos também, leve encurtamento do membro inferior acometido.


O tempo de evolução:


A doença, na maioria das vezes, 85% dos casos, é de instalação lenta e progressiva.

São classificados como crônicas, sempre que as queixas durarem mais do que 3 semanas, podendo haver períodos de exacerbação e melhora.

Os casos agudos são aqueles em que os sintomas existem há menos de 3 semanas. Representam cerca de 10% dos casos.

Existem ainda os casos conhecidos como crônicos agudizados, ou seja, o adolescente tinha queixas intermitentes há mais de 3 semanas e apresenta um trauma mínimo na região, desencadeando dor intensa e aguda, muita vezes impossibilitando a marcha.


A capacidade de caminhar:


De acordo com essa capacidade, a doença pode ser estável ou instável.

Estável -  Quando a criança é capaz de caminhar com ou sem muletas.

Instável - Criança apresenta impossibilidade para a marcha. 
Esses casos, apresentam maior gravidade porque, geralmente tratam-se de quadros agudos e com grandes deslizamentos, com possibilidade de diminuição da irrigação sanguínea da cabeça femoral e desenvolvimento de osteonecrose da cabeça femoral.


O diagnóstico:


É feito com exame radiográfico simples da bacia, em que podemos visualizar ambos os quadris.





Os achados são: 


- Alargamento e irregularidade na região de crescimento do femur proximal;

- Deslizamento da cabeça femoral. 
Na verdade, o femur é que desliza anterior e lateral em relação a cabeça femoral.







O tratamento:


A única forma de tratamento é com cirurgia ortopédica visando a interrupção do deslizmento da cabeça femoral.

Na maioria dos casos, tratam-se de deslizamentos crônicos , estáveis e, a cirurgia indicada é a fixação da cabeça femoral com 1 parafuso canulado, feito de forma percutânea.




A incisão cirúrgica é pequena, apenas o suficiente para a passagem do parafuso e, realizada sob controle de imagem, no centro cirúrgico.

O tempo de internação é curto e a reabilitação pós-opertória permite o rápido retorno as atividades.

Alguns casos, onde os deslizamnetos são maiores, exigem correção de deformidades associadas para impedir o impacto femoroacetabular e, garantir um quadril funcionante em longo prazo, sem osteoartrose precoce.


Conclusões:


- Epifisiólise é a principal causa de dor no quadril em adolescentes.

- A patologia tem comportamento para piora progressiva, predispondo a osteoartrose precoce, quando não tratada adequadamente.

- A única forma de tratamento é com cirurgia ortopédica para interromper a progressão do deslizamento.

- O diagnóstico é feito com exame físico ortopédico e exame radiográfico da bacia.


Um abraço a todos

Dr. Maurício Rangel

Tel.: (21) 3264-2232/ (21) 3264-2239.
E-mail: dr.mauriciorangel@yahoo.com.br

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