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quarta-feira, 18 de junho de 2014

A criança com baixa estatura


 Existem diversas causas para baixa estatura nas crianças, algumas com características físicas bem definidas com as acondroplásicas (anãs) e as pseudoacondroplásicas porém, nem sempre é fácil definir a causa da baixa estatura.

As crianças portadoras de síndromes cromossômicas como a síndrome de Turner, as portadoras de displasias ósseas como a displasia espondiloepifisária ou nanismo diastrófico, constituem alguns exemplos onde existe maior dificuldade para definir o diagnóstico.

A baixa estatura pode ser distribuída de forma proporcional no corpo ou desproporcional, onde o encurtamento predomina no tronco com membros normais ou, o contrário, tronco normal com membros curtos.

O profissional que primeiro suspeita da baixa estatura é o pediatra, através do gráfico de crescimento traçado nas consultas de rotina da criança.

Algumas vezes, para determinar a causa da baixa estatura, uma abordagem multidisciplinar é necessário e avaliação com geneticista, endocrinologista e ortopedista pediátrico, precisa ser solicitado.



Do ponto de vista ortopédico, com frequência nos vemos diante de uma criança com dificuldade de ganho de estatura e com deformidades acentuadas nos membros inferiores, seja em geno varo (pernas arqueadas) ou geno valgo (joelhos em tesourinha), cuja causa precisa ser definida.

Neste cenário, precisamos sempre ter em mente a possibilidade de raquitismo.

O que é o raquitismo?

Trata-se de uma patologia do metabolismo ósseo, caracterizada por diminuição da mineralização do osso em crescimento. Para que o osso da criança tenha sua rigidez e alinhamento normal é preciso que receba a deposição normal de cálcio e fosforo (fosfato de cálcio).

Por que ocorre o raquitismo?

Ao contrário do que muitos pensam, não existe apenas o raquitismo carencial, por deficiência na ingestão de cálcio aliás, essa forma é pouco frequente no nosso meio pois, o leite materno. bem como os alimentos industrializados já são enriquecidos com quantidades suficientes de cálcio e vitamina D para a saúde do esqueleto da criança.

Além disso, o estímulo para a exposição à luz solar permite a conversão das formas inativas da vitamina D, existentes na pele, em formas ativas, que permitem a absorção intestinal do cálcio dos alimentos.

Se a forma carencial é pouco frequente, porque o raquitismo ainda existe?

O que muitos não sabem é que o raquitismo pode ocorrer por perda excessiva urinária de fosfato e, com isso, interfere no metabolismo normal do cálcio e fósforo do organismo da criança.

Nesta forma, o orgão responsável pela doença é o rim que permite a excreção excessiva de fosfato pela urina, prejudicando o depósito deste mineral no osso e com isso, a doença se desenvolve. Esta forma é conhecida como raquitismo hipofosfatêmico ou resistente a vitamina D.



Como suspeitar?

Baixa estatura desproprocional, o tronco é pequeno e os membros são deformados grosseiramente. Os exames de laboratório e de imagem revelam alterações características da patologia.

O tratamento inicial é medicamentoso sob supervisão do pediatra e do nefrologista.

O tratamento promove a reversão das alterações agudas da doença, melhora nos exames laboratorias porém, a correção das deformidades pode não ocorrer completamente.


As deformidades que não corrigem ou aquelas que progridem, apesar do tratamento medicamentoso adequado, exigirão tratamento ortopédico.

As técnicas cirúrgicas mais utilizadas são as epifisiodeses e as osteotomias de correção imediata ou progressiva, na dependência da idade da criança e do grau de deformidade.

Obrigado pela atenção.

Um abraço a todos

Dr. Maurício Rangel

Para agendar consulta o tel é (21) 3264-2232/ (21) 3264-2239.



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