Do ponto de vista ortopédico, crianças com diagnóstico de Síndrome de Down apresentam maior flexibilidade articular devido a grande elasticidade ligamentar e hipotonia muscular. Além disso, apresentam atraso no desenvolvimento das aptidões motoras.
Logo
ao nascimento, devem passar por avaliação pediátrica, ortopédica e cardiológica
para afastar patologias congênitas.
O
que o ortopedista precisa examinar?
O
exame físico geral envolve:
-
Análise da mobilidade e estabilidade articular ( Principalmente quadris /
joelhos / tornozelos e pés pois, suportam o peso corporal na marcha );
-
Pesquisa de contraturas que coloquem as articulações em posturas viciosas anômalas;
Obs:
Atenção especial deve ser dada aos quadris pois, tem risco de displasia do
desenvolvimento, ou seja, situação onde os quadris são instáveis (saem e voltam
à posição normal), ou são luxados (permanecem fora da posição e irredutíveis).
-
Comprimento dos membros inferiores,
-
Arco de movimento dos joelhos e estabilidade da articulação da patela (osso da frene do joelho) pois, são de risco de instabilidade e malformação.
-
Análise da coluna vertebral;
-
Avaliação completa dos membros superiores;
Qual
a historia natural do ponto de vista motor?
Frequentemente apresentam atraso motor.
As crianças precisam de estimulo motor fisioterápico precoce, com objetivo de
aquisição de aptidões motoras. É importante que a criança inicie a terapia
motora logo após a avaliação ortopédica completa. O inicio da marcha na maioria
das vezes atrasa, porém conseguirão marcha independente. Cada criança tem seu
tempo. A Fisioterapia é fundamental nesse
quesito
O formato dos pés no início da marcha será
plano (sem a curvinha medial), o que dará um aspecto de que estão pisando
torto. Embora cause preocupação, na maioria das vezes, não atrapalha o
desempenho motor, geralmente não precisam de palmilhas e devem ser protegidos
com tênis confortável quando já tiverem iniciando os passos com ou sem auxilio.
Quedas frequentes são comuns, porém não tem
nenhuma relação com os pés planos. Ocorrem simplesmente por imaturidade do
sistema nervoso central em permitir coordenação motora e bom equilibrio.
E
a coluna cervical? Há risco para prática esportiva?
Sim, há risco. É fundamental, após o inicio da
marcha independente e, principalmente, antes de iniciar prática esportiva de
contato, uma avaliação do pescoço.
Por
quê?
A coluna cervical protege a medula espinhal
porém, quando há instabilidade e a criança é submetida a esportes que predispõe a trauma
no pescoço, isso pode levar à lesão medular e suas consequências quanto a
paralisia motora.
Como
é feito?
Exame físico, análise da marcha, mobilidade
do pescoço, presença de dor ou torcicolo de repetição. Em relação às imagens, o
fundamental é o Raio-X dinâmico em perfil com flexão, onde serão
feitos medições do intervalo entre a primeira e segunda vertebras cervicais.Com
esses dados podemos, com segurança, recomendar a prática esportiva ou
contra-indicar esportes de contato até o tratamento da instabilidade ser concluído.
Qual
a periodicidade das avaliações ortopédicas?
Obrigado pela atenção.
Um abraço a todos.
Dr. Maurício Rangel (Ortopedista Pediátrico)
Para marcar consulta, tel. (21) 3264-2232/ (21) 3264-2239.
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