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segunda-feira, 10 de março de 2014

Melhorando a marcha na paralisia cerebral.


As crianças com paralisia cerebral que conseguem caminhar, podem apresentar distúrbios motores que dificultam a sua capacidade de deslocamento.

Faz parte do tratamento ortopédico reconhecer e promover a melhora na postura ereta dessas crianças e, consequentemente, melhorar a capacidade para caminhar maiores distâncias.

Um dos problemas comuns, visto nas crianças com paralisia cerebral, vem a ser a marcha com o joelho fletido.

O que é isso?

Ocorre quando observamos a incapacidade da criança em esticar completamente o joelho quando o pé esta apoiado no chão.



Um dos motivos para isso ocorrer, mas não o único, vem a ser a hipertonia (espasticidade) ou encurtamento dos músculos posteriores da coxa. Esses músculos não conseguem o relaxamento adequado ao ponto de permitirem a completa extensão dos joelhos durante a marcha, levando a grande comprometimento da performance motora da criança.

Outros fatores, frequentemente associados e que também contribuem para a marcha com os joelhos fletidos são:

- Deformidade em flexão dos quadris, ou seja, a incapacidade da criança em esticar completamente o quadril na hora de ficar em pé. Clinicamente observamos uma postura de inclinação para frente do tronco, quando posicionamos a criança de pé.

- Fraqueza da panturrilha, frequentemente ocorre em crianças que foram submetidas a procedimentos cirúrgicos prévios, sem sucesso, que promoveram o enfraquecimento da panturrilha e, com isso, não conseguem também, esticar completamente os joelhos.

- Fraqueza do quadríceps (músculo da frente da coxa), que é um componente da história natural da criança com paralisia cerebral

- Deformidade óssea na tíbia (osso da perna), em rotação externa e deformidade nos pés (plano valgo).

Portanto, como visto acima, o problema da marcha com o joelho fletido, não se restringe a deformidade exclusiva do joelho.



Todo o membro inferior deve ser analisado e, o exame físico dos quadris, tornozelos e pés, associado a análise com laboratório da marcha, permitem ao cirurgião avaliar todos os componentes que contribuem para a dificuldade de locomoção destas crianças.

Promovendo o tratamento:

O tratamento eficaz e definitivo para corrigir as deformidades que prejudicam a marcha da criança com paralisia cerebral, é conhecido como correção cirúrgica em múltiplos níveis.

O que é isso?

Trata-se de procedimento que visa corrigir os encurtamentos musculares, através de alongamentos tendinosos e também, as deformidades ósseas associadas, através de osteotomias.



O momento para a realização da cirurgia deve ser preciso e, existem critérios para definição deste momento.

São levados em consideração a idade da criança, o grau de deformidade articular em cada segmento do membro inferior, o desempenho motor até o momento, as terapias realizadas previamente, as órteses utilizadas e as expectativas quanto a melhora promovida.

O problema das recidivas:

Esta muito associado ao não reconhecimento e correção de todos os componentes que participam da deformidade da marcha.

Sabemos hoje que a correção das deformidade ósseas da perna e dos pés, quando existirem, são parte integrante do que chamamos avaliação completa do membro inferior da criança e com isso, garantem a manutenção dos resultados a longo prazo, sem recidivas.



Conclusão:

A cuidadosa seleção da cirurgia é fundamental para oferecer melhores resultados com aumento do comprimento do passo, melhora na postura ereta de criança, diminuição da cadência e maiores distâncias percorridas com marcha mais fisiológica, a longo prazo.

Podemos oferecer resultados concretos, com grande melhoria motora nas crianças com paralisia cerebral, deste que sejam submetidas a meticulosa avaliação ortopédica e seleção dos procedimentos cirúrgicos adequados.

Obrigado pela atenção.

Um abraço a todos.

Dr. Maurício Rangel

Tel. para agendamento de consulta, (21) 3264-2232/ (21) 3264-2239.

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