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domingo, 21 de outubro de 2012

Fratura do femur em crianças: O tratamento.






As fraturas do femur em crianças podem ocorrer por diversos mecanismos:

- Traumas de alta energia, como os provocados por acidentes automobilísticos, atropelamentos, acidentes com motocicicleta;

- Trauma de baixa energia, como os que ocorrem em práticas esportivas;

- Acidentes em playground, como as quedas de balanço e do escorrega;

- Iatrogênicas, como as que ocorrem por ocasião do nascimento, em partos traumáticos (tocotraumatismo);

- Fraturas patológicas, ou seja, aquelas provocadas por trauma mínimo, em osso com patologia tumoral ou infecciosa, que torne-o enfraquecido.

- Maus tratos (agressão física), também deve ser levado em consideração, diante de fratura do femur, em crianças de baixa idade, principalmente nas abaixo de 1 ano.


Os traumas de alta energia provocam lesões em vários locais no corpo, podendo, inclusive ameaçar a vida da criança. São as crianças politraumatizadas.

Nos traumas de baixa energia, a fratura de femur, geralmente é uma lesão isolada.

O quadro clínico:




A criança apresenta, dor, deformidade, edema na coxa e impossibilidade para marcha.

Pode apresentar lesões na pele como escoriações, equimose e, em traumas de alta energia, lesão cutânea expondo o osso.

Avaliação dos pulsos periféricos e da mobilidade dos pés deve ser sempre feita, no atendimento inicial, devido a possibilidade de lesão vascular ou de nervo periférico.


O diagnóstico:

É confirmado com radiografia do segmento acometido, sempre incluindo o osso todo, ou seja, as extremidades acima e abaixo da fratura devem ser visualizadas, devido a possibilidade de outras fraturas associadas, no mesmo osso.


A descrição:

Quanto ao tipo de fratura, podemos ter:

-  Fraturas com traço transverso;
-  Fratura com traço em espiral, ou oblíqua, (foto abaixo)
-  Fratura com múltiplos fragmentos, conhecidas como cominutivas




Quanto a integridade da pele:

- Fratura pode ser fechada, ou seja, a pele está integra;
- Fratura exposta, onde há uma lesão na pele, que comunica o foco da fratura com o meio externo.

O tratamento:

Depende de vários fatores, onde destaco:

- Idade da criança;

- Fratura isolada ou politraumatismo;

- Tipo de fratura;

- Peso da criança;

- Condições da pele.

Existem diversas formas de tratamento:

- Manipulação da fratura, com a criança anestesiada, no centro cirúrgico e colocação de gesso imediato, sob controle de imagem (foto abaixo)

                                          
             (Posicionamento anatômico da fratura após a manipulação e colocação do gesso)


- Tração seguido de gesso;

- Tratamento cirúrgico com fixação interna;

- Tratamento cirúrgico com fixação externa.

A forma de tratamento ideal é aquela que permite o bom alinhamento da fratura, consolidação adequada, reabilitação precoce das articulações, restabelecimento da marcha, menor tempo de internação e retorno precoce para a escola. 

Quando falamos em tratamento cirúrgico das fraturas do femur, em crianças, o método mais moderno de fixação é conhecido como hastes flexiveis de titânio.




Respeitados os critérios de indicação, permitem a adequada consolidação, muitas vezes, sem a  necessidade de via de acesso cirúrgica ao foco da fratura pois, o alinhamento adequado do osso pode ser obtido com a simples manipulação na sala cirúrgica.

As hastes podem ser inseridas de forma retrógrada, ou seja, tendo seus pontos de inserção logo acima do joelho, ou podem ser anterógradas, quando a inserção é logo abaixo do quadril.




Preservam as regiões de crescimento do osso, o tempo de internação é curto e, não exigem imobilização gessada pós-operatória, permitem mobilizar joelho e quadril precocemente, carga precoce e rápido retorno para a escola.


Um abraço a todos

Dr. Maurício Rangel

Tel. (21) 3264-2232/ (21) 3264-2239
E-mail: dr.mauriciorangel@yahoo.com.br


27 comentários:

  1. Obrigado Luigi, continue acompanhando e divulgando. Um abraço e boa semana.

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  2. Meu filho tem mielomeningocele e fraturou várias vezes, por falta de sensibilidade e osteoporose. Foi sugerido o tratamento com pamidronato, mas não foi usado e com o tempo nào houve mais fraturas.
    Em uma delas, o ortopedista engessou a perna torta e quando eu questionei, ao ver o raio x, ele me disse que não havia problema, pois meu filho numca iria andar.... Se consolidasse torta é que não seria mais possível encaixar a perna no tutor longo!
    Parabéns pelo blog!

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  3. Boa tarde Mônica, pamidronato não deve ser usado em mielomeningocele pois, na mielo, não há alteração no metabolismo ósseo. As fraturas, devem ser tratadas, mantendo o alinhamento ósseo, para que a criança possa voltar a usar as órteses que permitam ficar em posição ortostática e,com isso, estimule a qualidade óssea, diminuindo a osteoporose por desuso. Um abraço, continue acompanhando o blog.

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  4. Oi!
    Dr. Rangel meu sobrinho de 4 anos foi atropelado e quebrou o femur da perna esquerda e o osso ficou transversal um por cima do outro, o médico apenas engessou e disse que ia ficar tudo bem, mas todos da família estamos achando estranho porque o osso está sobre o outro, então queremos tirar essa duvida ele tem 4 anos o osso mesmo estando um sobre o outro vai ser preciso fazer uma cirurgia ou só esse gesso que o medico colocou vai ficar tudo bem sem sequelas?

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    1. Boa tarde, o principal problema dessa sobreposição dos fragmentos ósseos é o encurtamento da perna. O máximo de sobreposição dos fragmentos que deve ser tolerado, nesta idade, é de 1,5cm a 2,0cm. Qualquer sobreposição maior do que essa não deve ser tolerado e o tratamento precisa ser alterado. Outro problema, além do encurtamento, vem a ser o desvio angular da perna, sendo comum ocorrer desvio dentro do gesso, com a perna ficando arqueada (varo). Para evitar isso, o acompanhamento precisa ser feito de perto com radiografias de controle. Maiores esclarecimentos agende consulta ortopédica no consultório, tel. (21) 3264-2232/ (21) 3264-2239. Um abraço.

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  5. Boa tarde Doutor Mauricio. Minha filha quebrou o fêmur a fratura igual a primeira figura desse texto acima ficou com o gesso longo por 1mes mas ela esta com a perninha menor do que a outra isso e normal no começo. tem dois dia que ela retirou o gesso .Aguardo resposta, obrigado desde de já

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    1. Karine, vi sua publicação e gostaria de saber se sua filha já voltou a andar, qt tempo demorou, estou desesperada meu filho tb retirou o gesso e esta com uma perna menor do que a outra. ..Obrigada

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    1. Boa noite, isso nao e normal. Provavelmente a fratura consolidou viciosamente e encurtada. A criança precisa ser avaliada na consulta para saber o tamanho do encurtamento e definir o tratamento. Maiores esclarecimentos somente em consulta ortopédica, tel. para agendamento (21) 3264-2232/ (21) 3264-2239. Atenciosamente.

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  7. Mas eu convencei com o medico pediatra dela e ele disse que era normal nos primeiros meses mas com tempo volta por ela ser muito nova.Ele me encaminhara para o ortopedista pediátrico para tratar melhor. Não tem como eu entra em contato com esse numero que vc me passo pois falo do Espirito Santo.

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  8. Karine,tb sou do Espírito Santo e vivi com meu filho o mesmo problema.Entre em contato comigo.

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  9. Doutor, minha aluna de 5 anos fraturou o osso do fêmur bem próximo à região da virilha, Ficou 1 mês com gesso, agora tirou e está com um ovo na região do quadril, a perna encurtada e com desvio angular. Quando fica em pé sua coluna fica torta pela diferença de uma perna para a outra. O médico disse que é possível que vá voltando ao normal com o tempo, mas que se não voltar, só poderá operar após um ano. Estou achando isso muito estranho... Erro médico?!!!

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    1. Boa noite, a criança precisa ser avaliada em consulta ortopédica para que possa emitir um parecer a respeito. Tel. para agendamento de consulta (21) 3264-2232/ (21) 3264-2239. Atenciosamente.

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  10. DOUTOR BOA TARDE, MEU FILHO DE 1 ANO E 3 MESES FRATUROU O FÊMUR ONTEM APÓS UMA QUEDA BOBA ONDE ESCORREGOU E CAIU DE BUMBUM NO CHÃO. PASSOU PELO ORTOPEDISTA DA EMERGENCIA E AGORA PRECISO PROCURAR UM AMBULATÓRIO, EM MÉDIA QUANTO TEMPO LEVA A RECUPERAÇÃO E COSTUMA SER NECESSÁRIO FISIOTERAPIA APÓS A RETIRADA DO GESSO? SERÁ QUE ELE PODE APRESENTAR ALGUMA SEQUELA?

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    1. Boa tarde, a resposta para suas perguntas dependem de diversos fatores como tipo de fratura e seu desvio inicial, acomete ou não as regiões de crescimento ósseo, posição atual da fratura dentro do gesso, tipo de imobilização utilizada. Portanto, somente em consulta ortopédica, avaliando esses fatores que todas as sua perguntas poderão ser esclarecidas. Maiores esclarecimentos somente em consulta ortopédica, tel. para agendamento de horário, (21) 3264-2232/ (21) 3264-2239. Atenciosamente.

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  11. Boa noite Dr Maurício ! Minha filha fraturou o fêmur esquerdo no dia 01/01 após escorregar em uma poça de água na nossa cozinha. Colocou no dia 02/02 o gesso pelvo podalico e segundo a medica da emergência deverá permanecer por 60 dias aproximadamente. O retorno para revisao esta marcado para 11/02. Pela sua experiência o sr acredita q exista a possibilidade da retirada desse gesso apos essas 5 semanas somente ? Grata

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    1. Boa noite, depende de diversos fatores como o tipo de traço de fratura, se transverso, obliquo ou em espiral, da posição dos fragmentos, se existe desvio ou nao, da formação do calo ósseo, da idade da criança e da localização da fratura, ou seja, se diafisaria, metafisaria ou descolamento fisario. Portanto, nao há a menor condição de te responder isso pela internet. Maiores esclarecimentos somente em consulta ortopédica, tel. para agendar horário, (21) 3254-2232/ (21) 3264-2239. Atenciosamente.

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  12. Oi Dr meu filho quebrou o fêmur com o tipo oblíquo no di 16 de dezembro, retirou o gesso dia 4 de fevereiro, mas ele esta com a perna muito curta, o médico disse que foi 2cm de diferença, mas parece que foi muito mais pois ele fica nas pontas dos pé, qd tentamos colocar ele para andar, estou desesperada, pois é muito triste ver uma criança tão saudável como ele nessa situação, é mais ou menos 1ano mesmo a recuperação? Obrigada

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    1. Boa dia, o tratamento conservador da fratura do fêmur nesta idade, exige muitos cuidados e detalhes, por parte do medico responsavel pelo tratamento, para evitar desvio angular em varo e encurtamento acima do aceitável. No caso do seu filho me parece que esses cuidados nao foram tomados e ele ficou com encurtamento acima do aceitável. Detalhes sobre o tratamento, neste momento,somente em consulta ortopédica, com exame físico e avaliação dos exames de imagem, tel. (21) 3264-2232/ (21) 3264-2239. Atenciosamente.

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  13. Esqueci de mencionar que ele tem 2 anos e 9 meses. ..Obrigada

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  15. Boa Tarde Dr Mauricio.
    Minha filha tem 4 anos e teve uma fratura de fêmur e encontra-se grande gessada, com gesso pelvo-podálico, portanto o transporte é feito somente por ambulância. Gostaria de uma avaliação sua, para uma segunda opinião,pois ela está sendo tratada por médicos de emergência, ou seja,cada plantão,é um medico diferente. Neste primeiro momento, para evitar a remoção dela,que gera muitos custos com a ambulância, eu poderia ir ate o seu consultório com todos os exames de raio-x dela (são atuais) em mãos? e caso o sr solicite algum outro exame,aí sim ela iria ser removida. É possível ? Grata

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    1. Boa tarde,a criança precisa ser avaliada em consulta. O tel. do consultório para marcação de consulta é (21) 3264-2232/ (21) 3264-2239. Atenciosamente.

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    2. Muito obrigada, mais infelizmente fica inviável levá-la nessa situação mais uma vez de ambulância. Vou desmarcar a consulta. Grata

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