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segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

A criança hemiplégica e o membro superior.



 A hemiplegia é uma encefalopatia crônica, não progressiva, que leva a distúrbio do movimento, coordenação e força em um dos lados do corpo da criança.

Trata-se de uma lesão no sistema nervoso central (áreas motoras do cérebro), geralmente de natureza isquemica, ou seja, devido a falta de oxigenação adequada, ocorrendo com mais frequência em crianças prematuras.

O comprometimento motor ocorre no membro superior e inferior no mesmo lado do corpo.

No inicio da vida da criança, a preocupação predomina no membro inferior onde, muitas vezes, encontramos deformidade no pé, em equino, ou seja, a criança fica em pé somente na ponta do pé, além de caminhar mancando.

O membro superior fica em segundo plano, no inicio da vida da criança.



Após o surgimento da marcha independente, os familiares passam a procurar melhorar o desempenho do membro superior para as atividades da criança.

Existe um desequilíbrio muscular no membro superior da criança hemiplégica, com predomínio da musculatura flexora gerando forças deformantes no cotovelo, antebraço, punho e dedos.

A hipertonia (espasticidade) determina a deformidade mais comum encontrada, ou seja, cotovelo em flexão, antebraço pronado (a palma da mão fica virada para baixo), punho e dedos da mão fletidos e o polegar  fletido e aduzido, aproximando-se da palma da mão.



A dificuldade da criança em alcançar objetos com o membro superior acometido bem como, dificuldade para abrir e fechar os dedos da mão, impossibilidade de passar um objeto de uma mão para outra e, para realizar a extensão do punho, são visíveis e motivo de tratamento.

Nos casos de deformidades fixas e graves, além das dificuldades citadas acima, os familiares relatam dificuldade de higiene das pregas de flexão do punho e dedos, além de dificuldade de vestir roupas pois, com punho deformmado e o cotovelo fletido, existe dificuldade para passar o braço através das mangas de blusas.

Importante saber que a função do membro superior na hemiplegia nunca será igual a do membro
superior normal.

Sua função sempre será de auxiliar nas atividades do membro superior não acometido.

A avaliação com exame físico ortopédico, não é fácil pois, depende da maturidade da criança, da
idade cronológica e da sua concentração em cooperar com as solicitações feitas durante a consulta.



No exame passivo, procuramos mobilizar cada articulação do membro superior separadamente e,
avaliar a amplitude de movimento, se é completa ou se já existe deformidade fixa.

O tratamento ortopédico visa impedir o surgimento de deformidades fixas no membro superior e,
naqueles casos onde as deformidades já existem, promover a correção para que a função melhore.

No quesito prevenção de deformidades, as modalidades existentes são: Fisioterapia motora, terapia
ocupacional, órteses e terapia com botox.

As correções cirúrgicas, são indicadas para os casos onde as deformidades fixas já existem e, como
opções temos: Alongamentos tendinosos no antebraço, dos músculos flexores dos dedos e polegar,
transferência tendinosa para melhorar a extensão do punho e supinação do antebraço (movimento rotacional do antebraço que permite a palma da mão ficar para cima).

Nos pacientes já maduros esqueleticamente e com deformidades graves, a opção de tratamento passa
a ser correção com fusão do punho (artrodese).



Conclusões: 

Com o tratamento adequado, oferecemos um membro superior funcional para a criança,
com melhora na extensão do punho, dedos, preensão para segurar objetos e facilitação para abrir a
mão e o polegar.

A indicação cirúrgica depende de vários fatores para sua realização e de um bom
entendimento dos familiares quanto as reais expectativas com os resultados.

De uma maneira geral os pacientes ficam satisfeitos com a melhora estética e funcional do membro
superior da criança hemiplégica.

Obrigado pela atenção.

Um abraço a todos,

Dr. Maurício Rangel

Tel. para agendamento de consulta: (21) 3264-2232/ (21) 3264-2239.


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